segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Devassidão


Adentra a cela

Com a luz já apagada,

Eu, ávida do suor do meu algoz.


Tremo as pernas

Ao timbre forte de sua voz.


Eis sua escrava no tronco condenada,

Chibatadas de prazer.

Ali no chão Sua refém,

Amordaçada a gemer.

Quem sou?


Alma carcomida,


Deformada,


Indigente que esmola o teu amor,


Tua atenção.


Tira de mim esse carma,


Acaba de vez com essa maldição!

Venda-me os olhos,

Ata-me as mãos,


Me assassina toda noite,


Deixa marcas no meu colchão.


Corroa a carne pútrida,

Prisioneira e sentinela dessa paixão,


Marque suas garras em minha pele


E me consome no fogo que arde em meu vulcão


Já não sou mais eu,


Fugi,
evadi de mim.

Agora meu nome é Devassidão!




poesia em parceria com Cientista




2 comentários:

  1. Kakau
    Você sabe a admiração que tenho pela sua escrita.
    Surpreendes a cada linha.
    És .... você!
    Beijos

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  2. Esta é a Neskauzinha que conheço: fogo poético que consome as entranhas da falsa retidão! Um beijo do Homem-Invisível...

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