quinta-feira, 16 de abril de 2009

SOMOS GADO?



Quem não se indignou ontem ao ver a notícia da selvageria cometida por esses agentes da Supervia?
As imagens foram tão fortes, me senti tão mal ao ver aquilo, que de pronto me lembrei dos trens que transportavam os judeus para os campos de extermínio.

Afinal de contas, quem eram aquelas pessoas que estavam lá dentro daqueles vagões?

Traficantes? Assassinos? Ladrões?

Bem... digamos que 1% até possa ser mesmo, afinal o transporte é dito "público", mas quem iria estar aquela hora da manhã, dentro de um trem lotado, se não fosse um trabalhador brasileiro? Mal alimentado, mal amado e ganhando um salário miserável, porque se fosse o contrário eles estariam dentro de seus carros blindados, com ar condicionado ligado, indo para algum empregaço e não os subempregos a troco de trocados.

"quem segura a porta é marginal" essa é a resposta dada pelo diretor de marketing da Supervia José Carlos Leitão. " Havia um princípio de tumulto na estação e convenhamos que quem segura as portas é marginal e num momento desses não dá para chegar para pessoa e pedir 'por favor, o senhor gostaria de sair à porta, o senhor está impedindo o prosseguimento da viagem do trem'. Podem ter havido realmente excessos, mas volto a lembrar que segurar a porta é crime e esse ano já foram 200 para a cadeia". Eu sempre achei que quem segura a porta é alguém que quer ir pro trabalho com um ventinho nas fuças. Imagina ficar trancado dentro de um comboio de metal, sem ventilação, parado entre uma estação e outra, esperando o tal sinal abrir para o trem prosseguir viagem? É claustrofóbico!

Perguntinha que não quer calar:


Será que esse sr. Leitão já trafegou dentro de uma dessas composições num dia comum? Duvido muito...

Se num dia normal já é infernal, imagina num dia de greve onde a classe não cumpriu o acordo de colocar 60% da frota em atividade.

TENTA ENTRAR NUMA COMPOSIÇÃO, ONDE SARDINHAS EM LATA SE SENTIRIAM DESCONFORTÁVEIS, É INSUPORTÁVEL.

E sei do que estou falando, pois eu já andei muito de trem lotado, onde as portas abertas eram a única opção para se poder RESPIRAR

Fico por aqui, esperando, UTOPICAMENTE, que um dia essa situação melhore.

NÃO QUEREMOS AGENTES COM LUVAS BRANCAS, como os empurradores do metrô de Tóquio, QUEREMOS TRANSPORTE DECENTE PARA A POPULAÇÃO.


quarta-feira, 8 de abril de 2009