domingo, 29 de junho de 2008

TEMPO DE RECOMEÇAR


É tempo de recomeçar!

Sacudir a poeira das roupas,

Tirar a mochila do armário

E partir para novas buscas,

Novas descobertas.

Aquilo que eu sou esta lá,

A minha espera.

Pronto para me ser entregue.

Pronto para me ser decifrado.

O hoje é uma incógnita.

A busca pelo que sou

Está lá onde mais tenho medo de chegar:

Dentro do meu eu.

Por isso retardo a partida,

Faço e refaço meus mapas,

Ensaio minhas desculpas,

Troco minhas passagens.

Não é a viagem que me amedronta.

É a chegada que me atemoriza.

Chegar onde não sei...

Encontrar o que talvez não queira...

É isso que faz da vida

Esse algo tão especial.

AMANTES


Ouço teus passos na esquina
e meu coração já dispara.
Passam pela minha janela
e a firmeza de teus pés no chão
me lembram a firmeza de tuas mãos
no meu corpo, que te deseja,
que te anseia,
que espera por ti.

Seus passos vacilam na minha porta.
Sem te ver, sei que olhas pros lados.
Quando percebo que seus passos seguem,
te levando para longe de mim.
Não é nossa hora.
Somos amantes das horas furtivas,
longe dos olhares alheios,
abrigados no seio da escuridão.

Morro a cada passo
que te faz distante de mim
e ressuscito quando eles retornam
Enfim.

sexta-feira, 27 de junho de 2008


CHEGA DE SOFRER


Chega!
Vou espantar de vez
Esses velhos fantasmas da minha vida.
Nada de lençóis brancos
Cobrindo os móveis da minha memória.

Quero reviver cada emoção que um dia senti
E poder assim, exorcizar todos os meus demônios.

Escancarar a boca rubra
E gritar que não sinto falta do teu beijo.

Colocar as mãos a cintura
E dançar sozinha no salão.
Saí da fase dos boleros.
Quero uma salsa, um merengue,
Ou algo que o valha.

Não ando mais de braços dados com a solidão.

Chega!
Vou espantar de vez
A minha aflição.
Renascer das cinzas da minha dor.
Fênix que se refaz
E renasce mais bela, mais feliz.

Assim serei eu!
Chega de sofrer por quem não me merece.
...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Esse seu olhar...


Uma música suave,
Um vinho gelado,
Morangos na travessa
E o toque de sensualidade
Em seu olhar.

Seu olhar...
Que me enleva mais que a música,
Que me embriaga mais que o vinho,
Que me sacia mais que as frutas,
Que me hipnotiza
E me faz seu escravo.

Esse olhar...
Que queima em meu corpo,
Que atiça minha libido,
Que me faz despir-me e abrir-me
E entregar-me ao teu desfrute.

Quero ser seu foco,
Perder-me neste verde profundo,
Sugar-te por inteiro,
Enroscar nossos corpos desnudos,
Derramar o vinho em seu peito
E em seus braços esquecer-me do mundo.

Claudia Nunes e Andréa Lauterjung
.

É ESSE MEU HOMEM


Voz que fala
O que quero ouvir
Boca que cala
No sabor que quero sentir
Mãos que exploram
Os recantos secretos
Desejos incontidos,
Por vezes indiscretos

Minutos roubados
Um aceno
Um beijo
Fruto proibido
Cálidos pecados

Que homem é esse
Que passa, que vejo
No afã do ensejo
De roubar-me um beijo?

Que homem é esse
Que fala em canção
Poreja ternura
Revela emoção

É meu esse homem
Meu e de tantas mais
Escândalo, desaforo
Tanto me quer
Quanto me quero dar.

TE QUERO MUITO MAIS


Quero teus lábios ávidos por loucuras
Mas quero muito mais
Teus beijos calmos em minha boca.

Quero tua mão atrevida me fazendo delirar
Mas quero muito mais
Tuas mãos me guiando ao luar.

Quero tua pele fervendo de paixão
Mas quero muito mais
Tua pele tépida de emoção.

Quero teus olhos brilhantes de tesão
Mas quero muito mais
Teu olhar de admiração.

Quero teus pensamentos imaginando momentos de êxtase
Mas quero muito mais
Nunca sair do teu pensamento.

Quero teu corpo vibrando de prazer junto ao meu
Mas quero mais, muito mais,
Ter meu corpo sempre junto ao teu.

Epitáfio



Esta é a última vez que te escrevo,
Nunca mais escreverei poesias.
Acaba aqui a minha inspiração.

Essas são as ultimas palavras que te dedico:
Solte as amarras que prendem meu destino ao teu,
Eu te liberto do desejo de seres meu.

Nunca mais seremos nós.
Seremos apenas tu e eu,
Vivendo nossas vidas errantes, a sós.

CRIME PREMEDITADO


Ando sozinha pelas ruas
Acompanhada pela solidão
Que de tão presente em meu peito
Já faz parte do meu coração.

Ouço ao longe uma voz que chama
Que clama, que grita e desespera,
Paro e vejo
Que sou eu mesma a minha espera.

Olho para meu reflexo
E me penalizo com o que vejo
Face enrugada,
Olhos sombrios,
Costas cansadas.

Até quando serei espectadora
De minha própria morte,
Declamada e anunciada
Nas linhas da minha poesia?

terça-feira, 24 de junho de 2008


A luz acesa do abajur deixa à mostra sua silhueta.

Teu corpo dança

Enquanto a tez nua e molhada reflete a luz.

Como felino, sorrateiramente acerca-se da cama,

Com o olhar fito no meu.

Sou hipnotizada por teu corpo,

Teu cheiro me invade e me alucina,

A vontade de te tocar me domina.

Suas mãos encontram as minhas

E nossas bocas se procuram

Num beijo sôfrego e profundo,

Misto de desejo incontido e desespero.

Desvairada,

Puxo teu corpo ao encontro do meu

Até me sentir preenchida por completo

Te sinto todo meu...

Te sinto todo em mim...

Um frêmito percorre minha espinha.

O coração dispara,

O grito morre na garganta

E enlouqueço de vez

Quando ouço seus gemidos de prazer

Explodindo num gozo quente e profundo,

Que me invade as entranhas e a alma

E que aprisiono junto ao meu,

Naquele momento único que é só meu e teu.

Réus de nossos desejos.

Prisioneiros nas masmorras do nosso tesão...