quinta-feira, 17 de julho de 2008

NÃO ME ABANDONE



Não importa se eu sofro quando me abandonas.
Não me abandone.

Não importa se eu te busco pelas madrugadas
E te encontro nos braços de outra.
Não me abandone.

Não importa se me humilho,
Se me lanço aos teus pés,
Se sujo minhas lágrimas no pó da terra que tu pisas.
Não me abandone.

Não importa que tu me batas,
Que tu repudies o amor que eu te dedico,
Não me importa
Que teu olhar pra mim não tenha carinho,
Que teu desprezo doa em minha carne.
Não me abandone.

Não importa que tu não me queiras mais,
Apenas me deixe ficar.
Deixe-me sentir o perfume barato que invade tua roupa,
Deixe-me lavar a camisa manchada de batom,
Deixe-me sentir tua presença pela casa
Quando recolho os restos dos cigarros que tu espalhas.
Deixe-me ficar.
Não me abandone.
Por ti já abandonei tudo,
Decência, amor-próprio, orgulho.
Peço-te apenas que não me abandone
Mais do que já me abandonei.

Quero Sentir Teu Sabor



Se é loucura esse tesão

Só pagando pra ver

Sé é mistério essa emoção

Só revelando pra saber

Não que eu tenha algum medo

Mas o medo por si mesmo se desfaz

Mais medo tenho de não poder

Sentir esse fogo contumaz.

Sei que tuas mãos em meu corpo

Serão exigentes, impossíveis de controlar.

Percorra com elas meus caminhos

E se perca até me encontrar

Quero sentir teu transpirar

Absorver teus fluidos até me embriagar

Néctar que do amor brota

Quando o êxtase vem me brindar.

Teu sabor quero sentir.

Com meus lábios e minha língua te conhecer

Deixe-me provar de ti

E te amarei até o amanhecer.

LAPSOS DO TEMPO



Há tempos que o tempo falha comigo

Memórias que se perdem no tempo

Lembram de tempos idos

Que o tempo não faz voltar a trás

Há tempos que o tempo me trás suas dores

E dói por tanto tempo...

Que tem tempo que o tempo se esqueceu

De dar um tempo na minha dor.

Há tempos que o tempo não traz meu amor

Tem tanto tempo que não o vejo

Que o tempo se perde no tempo

E de tempos em tempos eu me esqueço

Que existe o tempo certo e viver e de morrer

E tudo que eu peço ao tempo

É um tempo a mais

Mais um pouquinho de tempo

Pro meu amor vir me ver.

Cotidiano



Todo dia a mesma ladainha.

Cheiro de café no ar,

Apito da panela de pressão

Tapete batido no varal

E eu te amando com paixão.

Todo dia a mesma conversa fiada.

Café, almoço, lanche, jantar.

TV Xuxa, jornal, novela

Um Vale a Pena Ver de Novo

Em nosso lar.

Todo dia, o mesmo todo dia

A mesma rotina

Os mesmos labores

Os mesmos amores

Fazendo desse cotidiano

A coisa mais maravilhosa do nosso lar.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Nem a Lágrima


Meu sorriso se foi...
E nem se despediu

Abraçou-se com o amor...
E partiu

Deixou apenas uma lágrima...
Que de meu olho caiu.

Coração Livre


Meu coração é como barco que navega sem rumo,
Sem leme e sem remo,
Em meio a uma tempestade em alto mar.

Meu coração desata os laços que prendem as amarras
E solta as velas da minha emoção,
Que enfunam sem saber que rumo tomar.

Meu coração navega livre sob o céu.
Pássaro que vê o infinito se descortinar,
Folha que a árvore solta no ar.

Meu coração é livre!
Pode voar...
E eu,
Apenas sonhar.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

MAESTRO DO MEU PRAZER


Quando tocas em meu corpo,

Com a suavidade do harpista,

Sinto meus nervos retesarem

E, em dó maior, meus gemidos

Encherem o ar.

E eu, que não tenho a mesma sutileza,

Uso as mãos como duas baquetas

A fazer rufar teu peito e tuas costas.

Numa cadência de drum bass,

Em altos e baixos,

Sintonia perfeita e afinada,

Entre a letra do meu desejo

E a melodia do teu prazer.

VENHA ME ENCONTRAR


No chão que piso,

No colchão que deito,

Na água que me banha...

Em tudo encontro você.

No cheiro do feijão cozido,

No murmúrio da folha ao vento,

No andar descalça na praia...

Em tudo encontro você.

Em todos os cantos,

Em todos os lugares.

Onde estive,

O que vejo.

Tudo me faz encontrar você.

Só falta você me encontrar...

"FELIZIDADE"



Se sei hoje o que não sabia antes

E o que sei hoje me basta tanto

Quanto mais saberei amanhã

Quando os cabelos se transformarem em nuvens de algodão

A adornar meu rosto

E profundos sulcos trilharem

As linhas da minha face?

Se hoje, muitas vezes, me calo por não ter argumentos,

Amanhã poderei discursar sobre o céu e a terra

Se hoje me impaciento com aqueles que têm velocidade

Menor que a minha

Amanhã, em que velocidade andarei?

Mas se hoje penso e pondero

Em tudo que faria amanhã

Ah! Amanhã...

Será que não esquecerei?

AMOR DE PERDIÇÃO


Como fogo que queima no inferno

Assim é o calor

Do toque das suas mãos.

Ao teu lado fervo e derreto,

Perco minha vontade,

Dobro-me ao teu bel-prazer.

Sou mero fantoche

Manipulado pelos cordões

Do teu desejo.

Deito-me aos teus pés

E me entrego a ti

Faça de mim teu capacho

Teu sapato, tua caixa de escarro

Faça da minha dor o teu prazer

E assim me fará feliz.

domingo, 13 de julho de 2008

TATUAGEM


Se antes de ter você

Eu te tinha como um esboço, um desenho,

Agora que te senti, te toquei, te beijei,

Esse desenho se transformou numa tatuagem

E será preciso mais que água e sabão

Para apagar da minha pele

As marcas deixadas pela sua mão.

Com joaninhas nos pés




Pinto minhas unhas de vermelho

Faço meias-lua na pontinha

Com pontinhos pretos vou desenhando

E por fim, umas anteninhas

Estão prontos meus pezinhos

Com lindas joaninhas