domingo, 24 de fevereiro de 2008

Não se nasce uma mulher


Uma vez eu li: “Não se nasce uma mulher”. Isso me fez pensar a condição que cada uma de nós temos para crescer e desabrochar. Quantas mulheres são podadas em sua liberdade política, intelectual e sexual? Vemos casos absurdos na África onde mulheres são castradas sexualmente, impedidas de ter sequer seu próprio prazer sexual.

Mas quantas de nós não bloqueamos nossas próprias filhas?

- Isso não é coisa de menina!

- Jogar bola não pode, vai pegar uma boneca!

- Não pode colocar a mão na sua ‘florzinha’, é pecado!

Quantas coisas fazemos para bloquear outras mulheres de crescer e se descobrir como gente?

- Mulher é assim mesmo, só sofremos.

- Homem que é bom pode fazer o que quer

- Homem trai mesmo, mulher é que não pode

- Chora, minha filha, amanhã passa.

- Ele te bateu hoje, mas amanhã vai melhorar.

Não temos consciência da nossa própria hipocrisia?

Queimamos sutiãs na rua para mostrar nossa liberdade, mas cadê ela?

Vivemos apenas como coadjuvantes, papel esse imposto por nós mesmas, enquanto avós, mães, tias, professoras.

Onde está a liberdade cantada e declamada em tantas músicas da nossa juventude?

Será que dizer que não precisamos de homem é demonstrar a liberdade?

Hoje, diante de tantos questionamentos, ainda não tenho as respostas.

Mas quero expor minha liberdade de expressão e poder gritar que sou uma pessoa, um indivíduo, com defeitos, qualidades, vícios e virtudes. Mas acima de tudo isso, sou alguém que ama, pois amo meu corpo de mulher, meu sexto sentido, minha sensibilidade e a minha força escondida por detrás da fragilidade do meu sexo.

Eu me amo, eu sou mulher!

Claudia Nunes

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