sábado, 22 de maio de 2010
AMANTE PALADINO
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Homem Safado
Ô homem safado,
Que veio insistente
Meio que de repente
E me arrastou pro lamaçal.
Ô homem depravado
Que tira de mim a moral
Que me ama e me engana
Provando ser tão mau
Que me vira do avesso
Em pleno espaço sideral
Ô homem devasso,
Que me lambe os pés
Que me arranha a pele
Que invade minhas fendas
E rompe meus limites.
É esse homem que eu quero
De dia ou de noite
Seja chuva ou sol.
É esse homem que eu quero
Que exige direitos
Como se direitos tivesse
Que se tatua na minha pele
Com as marcas do seu domínio
Que cala minha boca
Num beijo bem profundo
Que me deixa tonta, zonza,
Esquecendo de quem sou,
Duvidando de quem fui
E sem nem querer saber
Quem um dia serei.
QUERO VOCÊ, HOMEM MAU
Quero você, homem mau,
Que me joga na cama
Me morde a mama
E acaba com minha moral.
Quero você, homem mau,
Que quando me ama
Me transforma em animal.
Vaca!
Cachorra!
Piranha!
Na cama com você,
Sou um bicho irracional.
Quero você, homem mau,
Que me castiga
Quando me crava seu pau
Que me bate,
Me arranha
Enquanto me arreganha
E que me faz pedir mais,
Mais e mais
Mesmo com o corpo doído,
O espírito retorcido,
Depois de me fazer gozar
De forma cruel me castigar
Por tanto te amar
AMOR DE SUPER STARS
Não me venha com essas intimidades,
Não quero saber delas.
Não termine com a poesia da nossa relação
Me mostrando as contas do fim do mês.
Não quero ver suas cuecas penduradas no meu varal,
Nem suas cutículas no tapete da sala.
Sua regurgitação mantenha longe da minha mesa
E sua flatulência a quilômetros dos meus lençóis.
Homem das Cavernas... Só nas fantasias sexuais.
Quero ter ao meu lado o gentleman, amaldiçoado pelas feministas,
E pra sempre me iludir,
Te chamando de Richard Gere dos Subúrbios,
Enquanto eu sou sua Julia Roberts da Baixada
COTIDIANO
Todo dia a mesma ladainha.
Cheiro de café no ar,
Apito da panela de pressão
Tapete batido no varal
E eu te amando com paixão.
Todo dia a mesma conversa fiada.
Café, almoço, lanche, jantar.
TV Xuxa, jornal, novela
Um Vale a Pena Ver de Novo
Em nosso lar.
Todo dia, o mesmo todo dia
A mesma rotina
Os mesmos labores
Os mesmos amores
Fazendo desse cotidiano
A coisa mais maravilhosa do nosso lar.
Diário do Dia a Dia
Diante de nós
Durante décadas
Derramamos detritos
Dilacerando decalques
Determinando disciplinas
Destruindo dinheiro
Derrubando divisórias
Desmascarando delatores
Dando direitos a ditadores.
VIDA AMARGA
Amanheço cansada da lida da vida
Essa vida já chamada Severina
Onde a febre desatina
E corrói o corpo em surdina
Passo o dia desatenta
Não reparo na presença
Dessa sombra que me atenta
E de morte me ameaça.
Que espera o mundo de mim?
Que ame o amor que nunca tive
Que cale minha dor num riso triste?
Antes louca, mas dona de mim,
Do que mansa e pacata
Nessa prisão sem fim.